A escola está adaptada às necessidades do futuro? Olhando para o que está escrito na imprensa especializada e não especializada, parece que a resposta é sobretudo negativa. De acordo com muitos observadores, a instituição escolar está voltada para o passado e continua a promover competências do passado que serão de pouca utilidade no futuro. Esta observação não é totalmente infundada, uma vez que até os professores admitem que o modelo vem directamente do século XVIII. No entanto, a questão é como modernizar o currículo.
Primeira via: tecnologia
Claro que, com os gigantescos avanços tecnológicos a serem feitos a cada década, parece inescapável falar sobre a tecnologia digital e as ferramentas que farão parte da vida quotidiana das crianças. Poderíamos pensar que a modernização das escolas, a introdução de programas AVAN (Bring Your Own Digital Device), etc., têm encorajado esta abordagem. No entanto, os currículos não cobririam todas as possibilidades e aptidões futuras que isso exigiria. Por exemplo, em Omã, a investigação descobriu que apenas 28% das tecnologias que serão utilizadas no futuro são estudadas por estudantes.
Embora a percentagem seja mais elevada noutros países ocidentais, é evidente que muitos observadores não vêem o conhecimento futuro a ser ensinado na escola. De facto, onde estão os cursos que falam da ética da inteligência artificial ou do design ambientalmente responsável de objectos? Estamos num mundo que está a acumular uma quantidade fenomenal de informação, mas poucos professores estão a abordar a questão da ciência dos dados em matemática, entre outras coisas. O corpo docente deve estar treinado e pronto para transmitir estes conhecimentos mais técnicos. Além disso, a simples utilização da tecnologia não conduz necessariamente ao desenvolvimento de competências úteis para o futuro.
Faixa dois: Competências globais
Assim, num mundo em perigo de se tornar cada vez mais automatizado, os futuros cidadãos terão de demonstrar competências que as máquinas não possuem. Portanto, para muitas escolas e professores, a abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) é provavelmente a mais ligada ao futuro humano porque integra cursos em programação, investimento, educação cívica, criatividade, etc.
A questão das competências interpessoais desempenha um papel enorme nas competências do futuro. As competências transversais serão tão importantes como os conhecimentos técnicos. Para alguns, a escola deve produzir líderes que dominem as ferramentas para criar outras soluções, melhorar a comunidade, etc. Os futuros cidadãos saberão trabalhar e aprender em equipa, desenvolver técnicas e tecnologias éticas, e ser capazes de incorporar pessoas de diferentes origens e nacionalidades.
Alterar a relação com o currículo
Enquanto alguns estão a insistir num currículo mais futurista, coloca-se a questão de saber se o aspecto retrógrado não está tanto no conteúdo como no seu enfoque muito restrito.
Por vezes, os programas de estudo parecem-se cada vez mais com camisas de força que restringem o que os estudantes devem aprender. E se o futuro da educação consistisse em currículos que fossem compostos por orientações gerais. Depois cabe aos alunos e professores encontrar formas de alcançar estes objectivos. Seja através de pedagogia baseada em projectos, aprendizagem orientada pelos estudantes, tecnologias imersivas, etc.
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Referências :
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