Assim que as "Mil e Uma Noites" são mencionadas, o público ocidental pode imaginar um Oriente onde a fantasia, enormes palácios e histórias de ladrões se misturam. Quer seja Ali Baba, Aladdin ou Sinbad, todas estas figuras estão para sempre associadas a ele. Não esquecendo a astuta Scheherazade que conseguiu manter-se viva graças à sua imaginação, mantendo o Sultão Sharyar cativado.
No entanto, como Laurent Turcot descreve nesta cápsula, a versão hoje conhecida não tem nada a ver com a da época. Esta colecção viria da Pérsia ou da Índia, provavelmente de origem sassânida. Só no século VIII ou IX é que foram feitas as primeiras traduções árabes. Com o tempo, tornou-se parte das tradições, especialmente porque mistura habilmente a fantasia e o "espelho dos príncipes", ou seja, faz-nos pensar sobre os princípios morais de cada história.
Diz-se que os manuscritos da época consistem em 200 textos, mas todos aqueles anteriores ao século XV desapareceram. De facto, resta apenas o "Manuscrito de Paris", que contém apenas a história-quadro e 35 histórias. Será, portanto, a base da adaptação de Antoine Galland, a mais conhecida de todas. Galland, depois de vários volumes bem sucedidos, continuou a história através de histórias emprestadas ouvidas por um conhecido sírio. Assim aparecem as figuras de Ali Baba, Aladdin e Sinbad, entre outros. Acrescentou uma abordagem mais moral, achando alguns dos contos originais demasiado maliciosos.
Desde então, apareceram outras versões das 1001 Noites, algumas tentando aproximar-se das fábulas da época e outras afastando-se delas. No final, nunca conseguiremos deitar as mãos às histórias básicas. No entanto, este trabalho com um sabor árabe conseguiu entrar na cultura popular ao longo dos séculos.
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