Publicado em 21 de maio de 2018 Atualizado em 09 de fevereiro de 2023
Este inquérito de 9.000 professores pela CSQ (Centrale des syndicats du Québec) mostra até que ponto as exigências da tecnologia digital têm impacto nas tarefas e o tempo que lhes pode ser atribuído.
Os respondentes provêm de todas as categorias de trabalhos de educação: pessoal docente, pessoal de apoio académico e profissional, tanto na rede escolar, como no ensino superior e na rede privada (escola e colégio).
Verifica-se objectivamente que os professores são a favor da tecnologia digital, que a utilizam diariamente, que vêem os seus efeitos positivos, tanto nas relações entre professores como com os alunos, mas também que apenas exploram parte do seu potencial e, na maioria das vezes, sem apoio e sem qualquer formação digna desse nome. As tarefas estão a tornar-se mais complexas e somam-se ao tempo dedicado às tarefas tradicionais.
"A falta de tempo para se apropriar e dominar as várias ferramentas digitais é o principal obstáculo à sua utilização"
"Deve haver reconhecimento do tempo adicional necessário para integrar as ferramentas digitais".
É claro que existem problemas puramente técnicos, mas a maioria das dificuldades centra-se no tempo: tempo de preparação e tempo de apropriação. Integrar a utilização de um robô, de um arduino, de uma programação "scratch", de um quadro branco, de uma impressora 3D, de uma realidade aumentada, de uma visita virtual ou de várias aplicações pedagógicas, qualquer adição ou modificação à pedagogia requer tempo e experimentação de cada vez e um plano B e C se não funcionar como planeado. Como se trata principalmente de ensinar o conteúdo de um currículo estabelecido e integrá-lo com novas ferramentas, o tempo de formação e preparação é essencial.
As fronteiras entre o trabalho e a vida privada estão a dissolver-se e muitos professores são auto-formados devido à falta de apoio adequado e estão a dedicar cada vez mais tempo pessoal para continuar a ensinar de acordo com os seus padrões profissionais.
A apropriação prática das tecnologias não pode ser decretada, ela é conseguida gradualmente. Face às tarefas complexas que as tecnologias induzem, é utópico pensar em integrá-las no sistema educativo sem rever a organização do trabalho e as práticas do sistema educativo. Isto é o que o CSQ está a pedir.
Para o relatório completo:
Le numérique, un défi à relever, un accompagnement à assurer
Inquérito CSQ
https://eduq.info/xmlui/handle/11515/35830
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